5.8.06

Crescer

Agora reconheço, passados dois meses do desaparecimento de Valentina, a tartaruguinha. Ela se foi. Alguém teria levado? Ela teria fugido? Como uma tartaruguinha some de um apartamento de segundo andar? Uma versão plausível é que ela tenha se embolado no lixo e sido jogada fora. Por anos tive Relâmpago, meu jabuti, que acabou sendo levado para Florianópolis, para a casa de meus avós. Mais de vinte anos depois, comprei, com licença do Ibama, Brigitte. Não durou nem um mês e ela morreu. A licença do Ibama não imunizava contra fungos ou vírus que ela, provavelmente, trouxe da loja de animais. Depois de um tempo, ganhamos Valentina, que se foi antes da chegada de Ágata--Agador.
Ágata-Agador era um belo filhotinho de gato que Júlia pegou na rua, numa noite chuvosa de 27 de maio. Trouxe para casa jurando que iria ficar com a bichaninha por apenas dois dias e que depois ela seria deixada no Beco dos Gatinhos, um canto da Rua São Clemente, onde gateiros se encontram e cuidam de animais abandonados. Dois meses depois, constatamos que Ágata, na verdade, é Agador Spartacus (homenagem ao empregado gay da "Gaiola das Loucas") e que está prestes a mostrar toda a sua virilidade assim que a puberdade tomar conta de seu ser. Com mais três fêmeas em casa, logicamente, Agador será castrado, embora eu ainda considere a castração uma violência contrária à natureza. O problema é a natureza se mostrar presente com ninhadas de gatinhos na primavera...
Mas como nem tudo é amargura e angústia neste meu zôo, nasceu semana passada um periquitinho de poucos pêlos amarelinhos. É uma das mais pavorosas produções do Reino Animal, mas há de tornar-se lindo! Já come uma papa horrorosa de leite de soja e chilreia furioso se não é alimentado a cada meia hora.
Os filhotes humanos crescem também e me tornam oficialmente a primata de menor estatura da casa. A vida corre neste segundo tempo.

2 comentários:

Taia disse...

Eu tenho uma tartaruga. Está comigo há 19 anos.
Touché.

Olga de Mello disse...

Ai, Taia, você viu que tristeza a minha vida com os quelônios...
Mas eu ainda arrumo outra tartaruga!
Beijo!