3.9.06

Presença de macho


Quem vê esta doce bichaninha sialata (vira-lata de siamesa), compenetrada a posar para foto, resplandecente em serenidade, não imagina a dura realidade
Desde o advento de Agador Spartacus Cebolinha, o macho pero não tanto após a castração, minha vida - e a da vizinhança - tornou-se um tormento.
Bella veio morar conosco aos dois meses de idade e, um ano e meio mais tarde, jamais demonstrara o menor pendor para a exuberante sexualidade felina. Enquanto as demais gatas da casa se revezavam em cios mais ou menos escandalosos, Bella ignorava que tal situação existisse. Gordinha demais, chegou a nos levar a suspeitar que fora castrada ainda recém-nascida.
Nada disso. Bella é daquelas fêmeas que necessita da presença de um macho para fazer aflorar seus hormônios. Há dez dias enloquece-nos com lamentos em decibéis semelhantes aos de Tetê Spinola (alguém se lembra dela?).
Enquanto aguardamos o fim do martírio, resta a curiosidade: será que, anulados os hormônios de Agador, Bella tomará gosto pelos brados retumbantes a cada dois meses?

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