15.11.07

Beijar, beijar, beijar


No blog da Sonia, rolou um debate sobre o hábito de beijar e a força emocional dos abraços.
Como colonizados que somos, temos intensificado muito os abraços, igual aos americanos de miniséries, que beijam os filhos na boca, mas se despedem com um sempre constrangido agarramento de braços. Amigos que vivem por lá dizem que é isso mesmo, os carinhos públicos são raros.
O hábito carioca de distribuir beijos e abraços gera situações bastante difíceis. Não chega a ser constrangedor, mas sempre surge a dúvida se devemos beijar médico, dentista, gerente de banco assim que estabelecemos uma relação mais intensa, ou seja, na segunda ou terceira consulta. Decidir quando beijar no rosto é tão crucial, nesses casos, que o eterno dilema feminino sobre sexo no primeiro encontro.
Duro mesmo é em reunião de negócios. Sempre chegamos de mão estendida, mas na saída... Afinal, quando conhecemos socialmente alguém, já vamos sapecando beijocas nas despedidas.
Aos homens brasileiros restou a opção de beijar ou não as mulheres. A dessacralização do ósculo (assim eu volto à vida acadêmica) como traço de união familiar começa, se não me engano, na década de 70, quando passamos a beijar os amigos de outro sexo. Hoje, dentro da beijação generalizada, os moços já trocam beijos de cumprimento, principalmente pais e filhos, algo proibido quando eu era criança.
Agora, tem que haver um pouco de limite, né? Na primeira posse do Lula, o período de permanência na fila do beija-mão foi mais longo do que as três horas regulamentares. Afinal, abraços e beijinhos sempre são acompanhados por carinhos sem ter fim.

3 comentários:

Kristal disse...

Acho inconvenientes, exibicionistas e vulgares os casais que ficam se beijando em restaurantes, praias ou quaisquer outros lugares públicos. Que falta de noção !
Acho que alguém deveria jogar baldes de água gelada nessas pessoas, como se faz para separar os cachorros que estão copulando.

Olga de Mello disse...

Eu me referia aos beijos de cumprimento. Os arroubos amorosos, definitivamente, podem ser mais reservados.

Anônimo disse...

E quando umas pessoas horrendas, que mal conhecemos querem nos dar os tais beijinhos? Afe! Nessas horas invejo o Michael Jackson; queria estar de luvas e máscara. :)
Beijo. ;)