15.5.08


Cada vez que a gente reclama da desigualdade social, da falta de educação e de todos os problemas dos quais padecemos surge mais um austríaco maluco para apacientar nossos corações.
Agora tem um doido que matou pai, mãe, mulher, filha, sogros. Estava falido e não queria que a família sofresse.
Isso, semanas depois da descoberta daquela mulher que foi mantida cativa pelo próprio pai, que a engravidou sete vezes. Aos que criticam a moça por não haver se insurgido, bom é lembrar que um pai tem poder, tem autoridade. Manipular a cabeça de um filho não é tão difícil quanto se imagina e nem precisa ser pela força física. Aliás, existe um hábito de culpar a vítima pelo seu sofrimento.
Não custa recordar ainda a jovem Natasha, seqüestrada e separada do mundo durante anos por um doido varrido.
Há quem diga que a tradição austríaca é a do respeito absoluto à privacidade e que esse tipo de coisa não aconteceria num país latino.
Não é de se admirar que a psicanálise tenha surgido em Viena. Mentes doentias existem em todas as sociedades, mas esse distanciamento sistemático do outro é apavorante. Ainda não entrei na fase "porque me ufano de nosso povinho", porém é reconfortante confiar na bisbilhotice dos vizinhos.

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