7.6.08

Ainda no rastro da tortura sofrida por uma equipe de reportagem do jornal O Dia, a Assembléia Legislativa vai abrir uma CPI sobre as milícias nas favelas.
Há dois fatores fora da ordem nessa história.
Um, o dos jornalistas se infiltrarem numa comunidade, exercendo uma função policial. Quem tem que investigar essas situações anômalas é a Polícia, não jornalista, que espera grangear fama efêmera e, quem sabe, um premiozinho Esso pela façanha. Não adianta dizer que eles queriam uma boa história. Eles queriam se destacar com essa boa história e sofreram atrocidades indesculpáveis, porque eu jamais direi que eles estavam no fogo e poderiam sair queimados. NADA justifica a tortura. NADA.
O outro fator estranho é a Assembléia abrir CPI, quando o dever de instaurar inquérito sobre tal episódio é da Justiça, seguindo investigação policial. O Legislativo não precisa abrir CPI a todo e qualquer caso esquisito que surge. Isso é dever da Justiça, ora.
A gente deveria exercer mais as nossas reais funções, em vez de se apropriar das alheias.

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