17.1.09

Adeus da semana




Quando Martha, minha "irmã de adolescência" - como ela gostava de nos definir - morreu, aos 36 anos, depois de oito meses lutando contra uma leucemia, eu me consolei pensando que o período de sua convalescença fora muito rico para nós duas, já que estávamos juntas todas as semanas. Esburacou meu peito, mas foi infinitamente duro para os "adultos" que conviveram com aquela jovem. Minha mãe, que só a visitara uma vez no hospital, estava arrasada. Martha deixou dois meninos pequenos, marido, mãe, irmãos.
Na mesma idade, esta semana morreu Mariana, a quem literalmente carreguei no colo e de cuja vida só aproveitei, praticamente, a infância. Foi uma das mais belas crianças que conheci, uma linda mulher, feliz no casamento, com uma filhinha. Mari era uma parente por afinidade, irmã de uma das afilhadas dos meus pais. Por um ano brigou com um violento câncer de pâncreas.
A morte só me revolta quando causada pela estupidez humana. Mesmo assim, é doloroso ser um "adulto" e sobreviver a quem se entreteu quando ambas éramos imortais.

Um comentário:

Milena Magalhães disse...

Olga, o que doi na morte é que ela sempre me parece o não absoluto, o adeus derradeiro e irreversível. Mas existe a memória. E esta continua viva!

Um abraço de aconchego.