7.5.10

Os suspeitos de sempre

Sempre achei absurdo um estabelecimento encarar clientes como bandidos em potencial. Se eu pensasse assim de quem contrata meus serviços, jamais trabalharia por conta própria.
Nas agências bancárias brasileiras, somos tratados como suspeitos. Abrir a bolsa para um desconhecido verificar o que carregamos nela é humilhante. Já houve casos de pessoas que se despiram para provar que não estavam armadas. Em priscas eras, eu me recusei a abrir bolsa e prendi uma fila de revoltados atrás de mim até que o segurança, premido pelos protestos, liberou a passagem. Hoje, evito ao máximo entrar em bancos.
E ontem, um doido atirou no cliente que tinha marcapasso e avisou que não poderia entrar pela porta com o dispositivo eletrônico. Foi em São Paulo, o que não repercute tanto como se houvesse ocorrido no Rio - e que geraria a habitual onda de indignação quanto às pretensões da cidade de sediar Jogos Olímpicos.
Tudo bem, a imensa maioria dos seguranças não vai atirar nos clientes.
Porém, a mais que imensa maioria dos correntistas de bancos não é assaltante.
Por que, então, somos enxovalhados sempre que precisamos utilizar serviços caríssimos?
Não há solução para a humanidade.

3 comentários:

Buriti disse...

A situação que refere é um problema que o Brasil necessita resolver, urgentemente.

Se um brasileiro se indigna com isso, imagine como fica um estrangeiro quando precisa entrar num Banco. Já me aconteceu, creio que em São Luiz, no Maranhão, que do muito que já conheço do Brasil me parece uma cidade relativamente pacata. Por qualquer razão, que não me recordo, não pude usar a caixa automática e tive que entrar num Banco. Senti-me como um marginal da pior espécie, passando por cerca de três barreiras, abrindo o saco e mostrando tudo. É, de facto, humilhante! Fiquei estupefacto com a experiência. Nunca mais entrei num banco, aí. Escolho a caixa e o momento que me parecem apropriados para fazer o levantamento.

Um país como o Brasil não merece que essa situação exista. É o que eu penso.

Julio disse...

Cultura do medo é isso

País onde as pessoas não são livres de fato

Olga de Mello disse...

Isso é um descalabro. O aposentado foi simplesmente assassinado. E o que acontecerá daqui pra frente? Absolutamente nada. Os clientes dos bancos continuarão sendo tratados como marginais.