7.6.10

O abuso institucionalizado


A desfaçatez dos serviços de cobrança é incomensurável.
Não tenho conta na Nextel. Mas isso não me isenta de receber um telefonema gravado da Nextel, solicitando que caso eu conheça um tal de Vitor Hugo sei lá das quantas, que lhe peça que telefone para o departamento de cobrança da companhia.
Telefonei furiosa para a Nextel. Uma plácida atendeiiiiinte paulistana me informou que provavelmeiiinte o Vitor Hugo deu meu número como referêiiincia ao adquirir sua linha. Por isso, estão me incomodando.
E agora, queixo-me a quem?
Não conheço NENHUM Vitor Hugo além do escritor, de quem só li O Corcunda de Notre Dame.
Há algum tempo, uma empresa de cobranças me telefonava incessantemente para que eu acionasse meu vizinho de andar, que devia ou não um pagamento sei lá para quem. Ou seja, a empresa simplesmente expunha a vida do vizinho, com quem não tenho intimidade, assim como a Nextel faz com o Vitor Hugo. Consegui me ver livre dos telefonemas da primeira depois que obtive, graças a uma atendente que se comoveu com meu desespero, o número de um setor lá que me retirou da lista deles.
A atendente da Nextel lamentou que eu não tivesse o nome completo do Vitor Hugo para poder registrar minha reclamação.
Um dia algum franco-atirador invadirá essas firmas de cobrança abusadas e fará um estrago.
Por que eles têm o direito de fuçar a vida alheia e rastrear conhecidos ou desconhecidos dos inadimplentes. São muito mais eficientes do que qualquer investigador policial. Talvez fosse o momento de trocar as forças policiais de função. Botem a polícia atrás dos devedores e os cobradores armando estratégias para localizar criminosos.
Quem sabe dá certo?

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