13.1.12

Aquela noite no Circo Voador






Na noite de 15 de janeiro de 1985, fui comemorar a eleição de Tancredo Neves à Presidência da República no Circo Voador, onde diversos artistas se apresentariam.




Um convidado surpresa chegou para uma canja e passou a centímetros de mim, na arquibancada ao lado do palco. Dias antes eu havia visto seu show no Rock in Rio. Até pensei em fazer carinho na careca de James Taylor, mas recolhi a mão esticada, pensando: "Esse mico não pago, que não sou tiete".




James Taylor, levado por Caetano Veloso, foi saudado pelo coro de "Eu, eu, eu, Rock in Rio se ...", comandado por Perfeito Fortuna. Tentou se esquivar de cantar, mas acabou pegando um violão e cantando "You've Got a Friend".




Foi aí que me tornei testemunha ocular da História. A meu lado, um entusiasmadíssimo espectador, revoltado com as cabeças que impediam nossa visão do palco, jogou uma latinha de cerveja nos cabeçudos. E não é que quase bateu na careca do James Taylor?




Imediatamente, o maior negão do mundo, com braços da grossura de minhas duas coxas juntas, subiu a arquibancada, agarrou o arremessador pelo pescoço, vociferando: "Você tem sorte! Se tivesse pegado realmente nele, eu te arrebentava". O arremessador ficou quietinho, eu segurei no ombro do segurança e murmurei: "Moço, ele não teve intenção, não, foi um acidente, deixa pra lá...". O segurança rosnou, olhou pra mim, furioso e desceu para postar-se atrás de James Taylor, que deixou o palco imediatamente após a música.




No dia seguinte, levei a maior vaia no jornal porque não fiz cafuné no James Taylor.

Um comentário:

As Tertulías disse...

Adorei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Devia realmente ter feito um cafuné nele... :-) james...