13.3.12


Na minha casa falta ordem, sobra o caos.
Quando foi que me tornei tão desesperadamente desorganizada? Quando deixei aflorar um adolescente malcriado em mim? O único problema é que não tenho mais mãe para arrumar minha bagunça de meia-idade. Aliás, jamais tive. Minha mãe simplesmente não admitia bagunça. Nem sequer a palavra. Como era gíria, e eu era terminantemente proibida de proferir gírias, havia a possibilidade de "desarrumação", jamais probabilidade e nunca bagunça.
Mas o tempo passou e a bagunça impera em minha vida.
Tenho tantos pés únicos de meias, pares descasados, que pareço viver com sacis. Por que guardo sempre os pés descasados dessas meias estampadas? Porque quem sabe um dia o outro pé surgirá? Para onde vão esses pés de meia, ninguém sabe ou explica. Porque mantenho os pés "solteiros"? Deve haver uma razão muito freudiana para isso.
Tenho certeza de que no dia em que jogar fora todas as tranqueiras que embolam minha vida nada vai mudar. Arrumarei lugar para acumular mais porcariada sem
qualquer utilidade.
Engraçado que a tranqueira alheia a gente consegue desmantelar, jogar fora, dar um jeito, exatamente como vê todas as possibilidades de resolução dos problemas alheios. Será que é mesmo tão fácil encontrar saídas na vida? Hoje tá difícil levar o dia pra frente.

Um comentário:

Milena Magalhães disse...

Olga, me vi inteira nesta postagem... até mesmo no final melancólico! tenho vontade de ir aí e conhecer seu vasto mundo bagunçado. sinto com todo meu ser que aprenderia um tanto com você. um abraço bem abraço.