6.7.12

Do canteiro - dia 4



De olhos vermelhos, nariz entupido, fungando, lacrimejando, garganta coçando. O pintor garante que a poeira da raspagem do teto não estraga o assoalho de madeira. Mas atiça minha alergia - e como atiça! Estou pedindo um reforço de antialérgico a todas as farmácias do bairro. E ainda falta um bocado de parede, teto, rodapé, alizar e porta a ser lixado, emassado, pintado. Vou preparar uma bomba de oxigênio...
O pintor é razoável. Pratica preços de Ipanema e Leblon. Não sabe baixar a bandeira 2 ao chegar em Botafogo. Avisa que ficará dez dias, "mais ou menos", fora, em outro serviço já contratado. Não sabe ainda que, nesse período, entra outra equipe aqui, também com preços Ipanema/Leblon, para fazer o quarto, já orçado, de Júlia. Vou chorar um bocado e ver se eles abaixam o orçamento para os outros quartos.
No primeiro dia de obra, o pintor só chegou, olhou a gente tirando os móveis do quarto e foi-se embora. Tomava posse do pedaço. No segundo, ficou até quase 9 da noite. No terceiro, saiu às 2 da tarde. Hoje, diz que acabará  o que iniciou. Acho difícil. Vai adentrar noite até o sábado (em que eu trabalho).
Acho que não gosto mais de obras. E ainda tenho que consertar o interfone...
Os olhos estão ressecados e parece que tem poeira no fundo da minha garganta. Haja bombinha pra asma. 


Nenhum comentário: