4.8.12

No woman, no cry

Esta reforma me traz um novo olhar sobre a espiritualidade. Hoje, tenho certeza de que há alguém lá em cima que gosta de mim. Sem brincadeira, fiquei agnosticamente balançada e, neurótica, que sou, imaginei a qual santo deveria agradecer a graça de estar saindo de casa e me deparar com um burro-sem-rabo com a tabuleta: "Pego entulho - Faço frete", em letras trêmulas e inseguras.
Eu ia ao supermercado e pretendia investigar junto aos homens que trazem as compras se algum retirria a tranqueira que os lambões (os serralheiros) deixaram aqui. Já contava com a ajuda mais que abençoada de Priscila, a faxineira da vez, um doce de menina que trabalha na casa de amigos queridos e faz biscate no fim de semana porque a vida não é fácil, não.
Sem acreditar em minha própria sorte, abordei seu Reginaldo que, imediatamente, tirou quatro sacos de entulho imensos, latas de tinta vazias e a maldita estrutura de ferro do finado basculante.
Tudo, tudo, tudo vai dar pé, já cantavam Gil e Bob Marley.
E vamos à faxina, que na terça-feira recomeça a folia.


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