19.2.13

É, começou...

Dor nas costas. Uma estranha gripe - estomacal, de aparelho digestivo e, claro, alguns sintomas clássicos de qualquer coisa: dor de cabeça, pressão baixa, mal estar - se instalou em mim. O humor se arrasta enquanto o calor só aumenta, indecentemente. Ninguém deveria trabalhar, estudar, se esfalfar sob tal temperatura.
Acabou o horário de verão, acompanhado por demonstrações de júbilo no Facebook de amigos que odeiam a diferença de uma hora por dia ao longo de breves três meses. Dizem que é terrível acordar "com tudo escuro". Um tudo escuro que se dissipa em quinze, vinte minutos, pois nenhum deles tem que sair de casa às 4 da manhã para pegar no batente às 7. Acho que é o costume arraigado que temos de reclamar de tudo mesmo. Eu adoro horário de verão, apesar de passar duas semanas confusas: a do início e a do fim dele. Mas gosto da sensação de que o tempo é nosso, de que sua marcação é tão somente uma convenção sob as vontades dos homens.
Acabou o carnaval, sem grandes tumultos me cercando, sem grandes festas também. Já foi o tempo em que o carnaval era minha época de festejos exagerados, de chegar em casa às 6 da manhã e dormir na praia para ganhar forças e enfrentar blocos e bailes. Um período de excessos absolutamente respeitado por meus pais, sem qualquer tipo de repressão. Hoje, adoro os blocos, porque meus filhos se acabam neles e voltam para casa cedo, ao contrário do resto do ano em que a vida social atravessa as madrugadas. Os blocos são diurnos, o que acalenta os corações maternos.
Descubro que enxergo melhor de longe. A presbiopia se instala, acompanhada por ... catarata!!! Cataratas que não exigem intervenção cirúrgica, mas que contribuíram para a redução de minha miopia. Redução considerável, quase um grau em um dos olhos, meio no outro. A médica explica que em outras pessoas, a catarata faz a visão piorar terrivelmente. Comigo, foi camarada a doença. Antes de me impedir de ver, me traz alegrias como dispensar óculos para trabalhar no computador. Em compensação, há alguma dificuldade em ler de pertinho. Preciso tirar os óculos. Ou botar outros. Confuso igual à mudança de horários.
O ano começa. Vai parar novamente umas duas ou três vezes, haverá Copa das Confederações, Encontro da Juventude Católica. O metrô está superlotado, vi alguns dos filmes que concorrem ao Oscar, não me encorajo a entrar no supermercado, pago contas atrasadas.

Alô, 2013!

(A foto é de minha esquina nos idos do século XX, creio. Meu prédio está onde ficavam as grades, logo após o edifício da esquerda, que periga desabar, mas é "bem preservado" pelo Município, ou seja, o dono não cuida, tem escoras e umas redes de ferro segurando a construção que ameça tombar por causas naturais. A calçada, hoje, é mais estreita ainda que naqueles tempos. Do outro lado, o bosque deu lugar ao Colégio Santo Inácio, onde trabalho. Um dia ainda faço a foto deste mesmo ângulo, num dia em que o Corcovado não esteja encoberto pelas nuvens.)

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