11.6.16

O estupro nosso de cada dia

Uma garotinha a caminho do colégio se assusta ao ver um homem com a braguilha da calça aberta, balançando o pênis e rindo para ela.
 Duas mulheres se juntam a um grupo de desconhecidos, uma família com crianças, fugindo de um desconhecido que as persegue por salas de exposição vazias, num dia de semana, no Museu Nacional. Moça alveja com a ponta do guarda-chuva o pé de seu vizinho de poltrona, no cinema: o homem, que "passava a mão" na coxa dela, sai da sala sob os gritos de "tarado" da plateia.
Jovem repórter atravessa a Avenida Rio Branco para chegar à Cinelândia, ao entardecer, e leva um beliscão na virilha por um desconhecido que vem em sua direção.
Colega acaricia barriga da grávida, dizendo ter tesão por gestantes. 
Oftalmologista abraça paciente e a força a cumprimentá-lo com beijos na primeira consulta. Dermatologista acaricia mãos de paciente. 
Amigo da família faz carícia "esquisita" na menina, que não conta para os pais, achando que levou a mal uma simples demonstração de afeto.
Homem persegue mulher no estacionamento de shopping, enquanto se masturba.
Em 55 anos de vida, algumas lembranças desagradáveis que compartilho com outras vítimas do desrespeito. Algo comum a tantas outras mulheres.
NADA JUSTIFICA O ASSÉDIO, O DESRESPEITO, O ESTUPRO.

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