2.3.20

Commodities

Cada vez que entro no Hortifruti (não consegui chegar ao Mundial, um aguaceiro me colheu no caminho), sinto que invisto em commodities. Compras faço nos outros mercados.
O Hortifruti é mais chique que o Zona Sul, porque desse último, conheço bem o passado. Começou um mercadinho ali na esquina da Teixeira de Melo com Visconde de Pirajá, concorrendo com os finados  Disco e Mar e Terra. Era baratinho e bom; ficou carinho, continuando bom, mas abandonou o ar ipanemense, transformou-se em leblonino, bem a la Manoel Carlos, sabem? Aquele Leblon de sofás brancos e chão de porcelanato, não o bairro provinciano que abrigava uma favela incendiada, transferida para um conjunto habitacional, onde jornalistas tinham um condomínio (essa gente...) às margens da Lagoa.
O Leblon de hoje é careta e besta, tão falso quanto o "Botasoho". E o Zona Sul é aquela família de imigrantes portugueses, que começou com o botequim, abriu uma lanchonete e depois um restaurante. Os pioneiros guardam a autenticidade, até a cultivam, os descendentes a desprezam. Do Hortifruti, pouco sei. A rede surgiu, a princípio, parecia um mercadão daqueles que a gente paga tudo junto, a quilo, depois tomou um ar de "Natural", o antigo restaurante natureba de Ipanema e Botafogo, onde se comia salada verde com shoyu sem medo de passar mal. Agora, tem pinta de oriundo do Leblon de Manoel Carlos. Meio Miami, mas com um passado de Assuncion, sabem? Mas é limpinho e decente. Os preços... ah, aí é para investidor ocasional, como eu.


A imagem pode conter: planta, fruta e comida

Nenhum comentário: