20.7.05

Enquanto isso, no Brasil

Desde o início da crise do PT - ou melhor, desde a descoberta dos podres do PT - não me sinto tão inspirada pela vida. Imaginava que não ligasse mais para política, para políticos ou idéias, que só quisesse boas administrações, novas formas de conduzir o País, uma guinada que minorasse a miséria e desse ao pobre coitado alguma chance de sobrevivência, sem aquele palavrório demagógico que utilizam como adjetivos os substantivos abstratos de dignidade e cidadania.
O mar de lama instaurado decepcionou até quem nunca votou no PT. Não ouço ninguém dizer "Bem que eu avisei, é tudo farinha do mesmo saco". Vejo o mesmo olhar de desalento acompanhando as conversas. Talvez os direitistas festivos estejam celebrando a queda dos ídolos, porém tenho sentido mais pesar de todas as facções do que regozijo pelo "vocês se deram mal".
Enquanto isso, o País parou politica e administrativamente. De resto, a Rocinha vive em guerra, houve um tiroteio de quadrilhas em Senador Camará, policiais foram presos acusados de vender munição para traficantes, outro PM foi preso por suspeita de assalto, soldados do Exército vasculharam uma favela em Realengo para apreender armas de uso exclusivo das Forças Armadas, traficantes foram presos após troca de tiros em Santa Cruz, o diretor de uma cooperativa de vans foi assassinado, dois chernes de 200 quilos cada um foram pescados nas águas de Cabo Frio. Chove intensamente em São Sebastião, cidade que precisava de mais carinho, assim como todo o povo desanimado com esta vida brasileira.

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