22.7.06

Intervalo

Minha hora, o momento em que o mundo é meu, é quando a casa dorme, seja ainda escuro ou com a claridade invadindo quartos, rompendo os janelões. É meu recreio, um tempinho, um refresco, aquele mergulho no mar que não pode nem quer ser compartilhado com ninguém.
Depois, a gente sai da água e se reencontra com os outros. Se não fosse assim, qual graça teria o este tempo tão fugaz, tão furtado das obrigações que compõem a vida, esses minutos que pertencem só a mim?
Nada se compara a saber que driblei a rotina para tornar o cotidiano suportável, apenas por preparar um chá no meio tarde, vasculhar em uma livraria, assistir a um filme durante o dia na televisão, entrar num cinema nas sessões coalhadas de aposentados. A sensação de estar sozinho, mas que a solidão não existe. Ela espreita, porém sei que consegui impedir que ela se instale.

5 comentários:

Anônimo disse...

Hummm, esses instantes de cigarro depois do café ou ler arenas no meio da tarde... delícia!

Olga de Mello disse...

Pirralha, querida, que delícia ler você!!!!
Beijo, saudades! Temos que fazer encontro de quinta esta semana!!

Jôka P. disse...

Adoro ler você, Olga.
Muito mesmo.
Bjs!
:)

Olga de Mello disse...

A recíproca é verdadeira, Jôka! Adoro sua visão sobre Copa e a vida!
Beijo!

Jôka P. disse...

ÊBA !
:)