10.10.06

Maternidade



Depois de Angelina Jolie, Madonna vai adotar uma criancinha órfã e pobrezinha de país miserável. Psicólogos já disseram que a moda é prejudicial para as criancinhas órfãs e pobrezinhas de países miseráveis, pois viverão do sonho de que uma celebridade trilhardária de país riquíssimo virá adotá-las. Como se o sonho de crianças no orfanato não fosse a adoção. (Já fui a orfanato. É uma dureza, coitadinhos. Dá vontade de trazer todo mundo pra casa).
Antes de Angelina e Madonna, diversos outros superstars adotavam criancinhas pobres. Spielberg tem uns dois filhos adotivos. Tom Cruise e Nicole Kidman, dois, Hugh Jackman também. Mia Farrow exagerou: dos nove filhos que tem, cinco são adotivos, entre elas Soon-Yi, que casou-se com o ex-padrasto Woody Allen (pai biológico de dois, adotivo de mais dois) e adotou duas menininhas. Há dúvidas se Mia adotou mais duas crianças, uma delas com paralisia cerebral.
Quem começou com isso foi a Josephine Baker, que adotou, sozinha, no milênio passado, doze crianças, que ela chamava de Tribo do Arco-Íris, devido às diversas nacionalidades e etnias: Aiko (Coréia), Luis (Colombia), Janot (Japão), Jari (Finlândia), Jean-Claude (Canadá), os franceses Moses, Marianne e Noel, o árabe Brahim, Mara (Venezuela), Koffi (Costa do Marfim), Stellina (Marrocos).
Só acho meio ridículo Maddona correr atrás de criancinha agora, beirando os 50 anos. Mas homem tem filho depois de velho e todo mundo acha interessante e legítimo, não. Como eu não vou muito com a cara da Maddona, me parece mais uma jogada de marketing dela.
E viva Josephine Baker, a entertainer que abalou Paris!
Nas fotos, Josephine com a pirralhada no castelo onde moravam; os filhos Jari e Jean-Claude, numa festa em homenagem ao centenário de nascimento da mãe.

2 comentários:

Sidnei Ribeiro disse...

Pois é, minha jornalista favorita: a "moda" acaba sendo prejudicial. Tenho uma filha adotiva, com sérios problemas de saúde (anemia falciforme), que chega aos sete anos dando-me uma alegria incomum. Esta consegui tirar da miséria lá na Bahia e dar-lhe uma perspectiva de futuro. Se pudesse, faria mais. Porém, se a maioria das madames resolvesse juntar a seus cachorrinhos de pedigrée crianças em situação de risco, vivendo atualmente em estado de miserabilidade profunda, dando-lhes perspectivas de futuro com estudo, acho que o Brasil iria muito mais longe.

Olga de Mello disse...

Sidnei, aqui no Rio há diversas entidades dedicadas a tratar anemia falciforme, como o HemoRio, o INCA - embora não seja câncer, por ter um dos melhores centros de pesquisas hematológicas da América Latina, também trata de pacientes com anemia falciforme. Certamente você já conhece essas instituições. Muita força pra você e pra sua menina!