25.7.07

Vida carioca - Ligações Perigosas


Desta vez nem sei se a culpa é da Telemar. Estava eu telefonando quando uma voz indignada me interrompe, reclamando do cruzamento das linhas telefônicas. É muito engraçado como as pessoas ficam irritadas com linha cruzada e ninguém quer desligar o telefone. Não dei bola e dali a poucos minutos volta a senhora, furiosa, dizendo que estava pagando minhas ligações.
Como a voz estava próxima em demasia, me animei a perguntar se ela ligava do Rio. Ligava. "Eu estou em Botafogo". Ela também. "Na São Clemente". Em resumo, dona M.A. é minha vizinha, não de prédio, mas de calçada. Para completar, só se ela também tivesse Netfone. Não tinha. O dela era Telemar.
Foi quando minha mente se iluminou. Minha linha da Telemar está desligada, mas a saída, com tomadinha e fio, continua lá, ao lado da aparelhagem da Net. Por razões que só a adolescência esclarece, meus filhos vivem trocando os aparelhos do quarto e o da sala (telefone sem fio não tem vida longa aqui em casa). Por engano, alguém ligou o aparelho na saída da Telemar - a que deveria estar muda.
Na verdade, minha linha está realmente desligada, porém tenho uma extensão da linha de dona M.A.em minha casa. Como? Bem, a São Clemente é uma rua que não completa dez dias sem receber um novo buraco para conserto de gás, luz, água ou telefone. Provavelmente, algum empregado de uma companhia telefônica percebeu um fio da linha de dona M.A. sobrando e decidiu grudá-lo no ramal de minha casa.
Apresentei minhas desconfianças ao pessoal do atendimento. Ficaram espantadíssimos, mas prometeram tirar a extensão daqui de casa em até 48 horas. Enquanto ouço as insinuações sobre eu ter feito gato na linha da vizinha, surge outra dúvida: seria dona M.A. uma ex-araponga que botou escuta em linha errada?

Um comentário:

Sonia Sant'Anna disse...

Já me aconteceu coisa semelhante, não por causa do Netfone que assinei, nunca funcionou direito e aboli. Foi assim: eu pegava o telefone e havia alguém na linha conversando. Depois de umas tantas vezes, a voz me pareceu conhecida com a da vizinha de parede, por acso irmã da minha ex-cunhada. fui com o telefone até a prota da casa dela, encostei o ouvido na porta e o que se dizia lá dentro era o mesmo que me chegava pelo telefone. Tratei de avisar a ela que não mantivesse conversas particulares até que a Telemar resolvesse tudo. E demorou 3 dias.