16.10.07



Há pelo menos 60 livros fora das estantes aqui em casa. Boa parte deles no meu quarto. Além dos seis ou sete que estou lendo ao mesmo tempo (um do Evelyn Waugh, delicioso, "Officers and Gentlemen", sobre a experiência dele na guerra, o "Ex-Libris", da Susan Fadiman, que releio, a biografia da Maria Antonieta, que não consigo traçar, a da Carmem Miranda, que comecei e não vai pra frente, o "Invasão de Campo", sobre a criação da Adidas e da Puma - eram de dois irmãos, rivais, muito bom mesmo -, "A evolução dos objetos", um livro muito interessante da Zahar que fala sobre as transformações em talheres, entre outras coisas, e vamos parar por aqui antes que eu descubra que tenho outras leituras a honrar), havia feito pilhas de volumes que iria mencionar em uma matéria. Só que fiquei doente e tudo se acumulou mais ainda pela casa.
Em cima do piano há pilhas de livros para serem entronizados nas prateleiras. O problema é que as estantes ficaram pequenas pra tanto livro. Estou precisando de mais estantes, porém, sempre que surge uma nova, decido trocar toda a organização da biblioteca.
Livros e plantas ocupam a casa toda, em vez de ficarem segregados a um só aposento. Tenho três pequenos guarda-louças que foram transmutados em guarda-livros, depois que entupi tudo de cravo para espantar as traças. Um deles abriga os autores franceses e espanhóis. Outro, os gregos, húngaros e tchecos. No outro estão os latino-americanos. Em duas estantes maiores estão os escritores ingleses e os norte-americanos. Na estante grandona estão policiais, portugueses, australianos, africanos, alemães, dinamarqueses, livros sobre literatura, literatura brasileira, filosofia, história, antropologia. Um armário que era apenas uma vitrine virou estante de livros de viagem, culinária, alguma arte e esportes. Para lá vai o "Invasão de Campo", que fala em marketing esportivo. Em meu quarto estão os livros femistas, e os que ainda não foram classificados, pois chegaram das editoras e terão que ser lidos ou vistos antes de guardar.
O grande problema é o trajeto de um livro do meu quarto até as estantes da sala. Para entrarem em alguma prateleira, preciso desalojar outros e começar uma roda-viva de trocar volumes de lugar que é infernal. Sem contar que livros são habitados por ácaros. Precisam ser limpos com alguma freqüência e, quando mexidos, se vingam de mim, me deixando sem ar e/ou empolada.
Quem adora minha vida de free lancer é meu porteiro, que acha elegantíssimo eu receber tantos volumes. Vizinhos que nem falavam comigo me telefonaram antes da Bienal para me pedir dicas de editoras e títulos a comprar. Muito chique, mas eu continuo soterrada embaixo de volumes que não encontram um cantinho limpinho para se alojar.



A desnuda intelectual não sou eu, não. É a representação de uma amante dos livros.

2 comentários:

Eduardo Graca disse...

menina, que foto sua pelada é esta na estante de sua casa? olha que você ainda é mãe de quatro, hein! mas veja só...

Olga de Mello disse...

Quem me dera, amigo, quem me dera eu tivesse ainda o corpitcho da moçoila...