14.1.08

Janeiro

O verão corre bem, por enquanto suportável, mas nem vale a pena falar muito ou dá azar, né? Adoro essas superstições, gostaria de me apegar àquelas de evitar falar palavras para não atrair o az... a má sorte. É a neurolingüística sem pompa ou publicação, a crendice pura e simples, parecida com a fita do Senhor do Bonfim que ostento no pulso esquerdo ou com a promessa que preciso cumprir por graças concedidas.
(Imediatamente desdobro o pagamento da promessa em algo utilitário. A fitinha do Bonfim, na verdade, é de Nssa Sra de Aparecida, trazida por quem fez promessa em meu lugar, determinando que eu visite o santuário. Descubro que não há ônibus direto do Rio para Aparecida, romeiro sofre mesmo ou vai em excursão fretada com toda a turma da igreja ou da vizinhança. Mais prático é eu calcular o preço das passagens e doar cestas básicas. Eu sei que fé move montanhas, mas sempre admirei mais a caridade do que a espiritualidade.)
O verão corre célere, o ano começará mais cedo com o Carnaval no início de janeiro. O trabalho vai, a casa cheia, filhos crescidos, imaturos, dando muito mais prazer que aborrecimentos, mais preocupação que tranqüilidade, olha a rua, olha a hora, olha com quem vc está andando, criança.
Em janeiro eu vivo o tumulto das vidas que fiz.

3 comentários:

Eduardo Graca disse...

Carnaval no início de fevereiro, né? Adorei a frase final. Bela.

Anônimo disse...

"Em janeiro vivo o tumulto das vidas que fiz." Bonito isso.
Eu também. E olha que fiz uma vida só. :)
Um carnaval de muita paz e alegria para nossas vidas!
Beijo

Olga de Mello disse...

Oi, Palpi,
Eu fiz quatro e gostaria de ter feito mais ainda. É trabalhoso, preocupante e muito bom.
beijo