12.1.09

O Globo de Ouro foi de uma chatice ímpar, com pouquíssimas surpresas. O sentimento pátrio americano bem incorporado pela imprensa estrangeira de Hollywood premiou qualquer maçada que reforce o espírito de nação dos que se arvoram de defensores da liberdade. Dá-lhe aquele sonífero John Adams, com um bom elenco que não pode fazer milagres, e o já repetitivo cool 30 Rock. Mas o importante não era excelência artística e sim muita paixão pelo que eles dizem ser a América.
Fora isso, foi a noite dos bad boys Colin Ferrell e o mais que decaído Mickey Rourke. Lógico que o Brendan Gleeson janta o Colin Ferrell e só é ombreado pelo alucinado Ralph Fiennes em In Bruges, mas, convenhamos, ele não é tão bonitinho quanto o irlandês mais jovem do trio. Se a Kate Winslet ganhou tudo é porque não dava pra sobrar pra mais ninguém mesmo. O prêmio póstumo ao Heath Ledger não me convenceu. Lição para o mundo: olha, perdemos um ator promissor, corajoso, mais uma vítima das drogas... Afinal, sobrevivente por sobrevivente, havia o Robert Downey Jr, fazendo o melhor ator de sua geração na bobajada Tropical Thunder. Se o negócio era dar prêmios comoventes, Downey quase enterrou a carreira por causa de drogas, e, como observou minha companheira telefônica de noites de premiações, Solange Noronha, ao menos, está vivo.
Mas o que interessa MESMO são os modelitos e os cabelos estranhíssimos que a moçada usou. Difícil dizer qual o pior.





Pra começar, Dona JLo, usando um vestido (?) em tecido de baiana de fantasia de carnaval, mostrando o quanto estava recuperada da gravidez recente.

A melhor plástica facial ainda é da Susan Sarandon, linda e eternamente jovem.
Colin Ferrel caprichou no sotaque irlandês, com paletó de filme sobre a formação do IRA e cabelo arrepiadinho. Atrás, na foto, a miss Golden Globe do ano, Rummer Willis, uma grandalhona que, segundo Rubens Ewald Filho, não herdou nem o carisma do pai, Bruce Willis, nem a beleza da mãe, Demi Moore.
Hugh Laurie perdeu o Globo de Ouro. A barba por fazer de House, já incorporou. Como já disse um personagem da série, isso fica bem em homens jovens.
Drew Barrymore pegou a mesma moto que Colin Ferrell para chegar ao teatro da premiação.* Foi, de longe, a mais desgrenhada da noite. Passou o tempo todo grudada na Jessica Lange, porque trabalharam juntas e agora são amigas igual a Marieta e Andrea Beltrão.
Anne Hathaway buscava manter nesses tempos desconstruídos o glamour das estrelas antigas.



O Sting gorducho e de barba e cabelos pretos ficou tão esquisito quanto qualquer roqueiro velho.
Forte concorrente ao título de esquisitona da noite, Rachel Griffiths não conseguiu o mesmo pano da ala das baianas de J.Lo. Foi de grega de bloco de sujo mesmo.
Johnny Depp, que ama ir vestido de mendigo às premiações da MTV, até que estava comportado. Mas deu um jeito de aparecer com cabelo cuidadosamente sujo e despenteado.
Pierce Brosnan deu uma retocada nas ruguinhas, engordou um pouquinho, pintou o cabelo de castanho mais claro e foi o único britânico - fora Hugh Laurie, claro - efetivamente elegante.
Rita Wilson, a Mrs Tom Hanks fez uma ótima plástica. Já o modelito sereia estilizada deveria ser limado. La Jolie tava sem gracinha, cabelo chapeado, toda contida. La Winslet soube escolher bem o pretinho básico.
O prêmio de Mickey Rourke provocou quase um ataque apoplético de Rubens Ewald, revoltadíssimo com o que ele considera uma "não-interpretação". O modelito ridículo combinava com o look absolutamente desleixado de boutique de Robert Downey Jr. Já as feições recompostas por plásticas de Mickey Rourke só combinam com filme de terror.
America Ferrera não deixa pra ninguém o título de Betty, a Feia. Balonê em nanica em tons de bege... Beyoncé, acho que já usou esta roupitcha em outro tom, que, seguramente, não cai bem nas branquinhas bonitinhas de gerações diferentes, como Kristin Scott Thomas e a filha da Mamma Mia.
* Copyright - Sol Noronha

2 comentários:

Jôka P. disse...

Perfeita e hilária a sua crítica dos modelitos das estrelas !
Gloria Khalil e Constança Pascolato não fariam isso assim tão bem.

Olga de Mello disse...

A gente não pode vestir nada assim mesmo, então... vamos malhar quem ousa,né?
beijo