5.3.09






Já fui morena de praia, meu habitat natural e obrigatório em dias de sol a partir das 9 da manhã, quando solteira, até as 10 após a maternidade, ou em horários os mais diversos quando já não precisava mais proteger as suaves peles de criancinhas.
Aos poucos, preguiça e distância se configuraram em sólidos argumentos para me afastarem do encontro com o mar, ao qual me rendo, quando cooptada por meu amigo Eduardo, em suas passagens pela cidade. Há mais ou menos um ano, isso aconteceu, assim como no início desta semana.
Bem que pensei em comprar um filtro solar novo, mas decidi arriscar-me e experimentar um tal Cenoura & Bronze, parente próximo do felizmente finado Rayto de Sol, um produto que se dizia bronzeador e argentino, popularíssimo na década de 70, marcando vítimas para a eternidade. Eu, que era neguinha, ficava embaixo da barraca, distante dessas bobagens escurecedoras (se usava de tudo, incluindo coca-cola, óleo de aviação, urucu, sempre com conseqüências desastrosas), o que me rende elogios de dermatologistas encantados com minha pele sem sardas, manchas e poucas rugas - isso eles é que dizem; eu vejo marcas pavorosas se avolumando ao redor de meus olhos - diante de tanto tempo de exposição ao sol.
Então, confiei no Cenoura & Bronze e expus exatamente metade de meu ser à incidência solar de Ipanema, mantendo o resto do corpo embaixo da barraca. Mar de águas cristalinas, biscoito Globo, mate, ventinho, todos os calouros de universidade esmolando moedinhas para encher a cara de cerveja, a constatação de que durante a semana a praia fica entregue a menores de 20 anos... Dia lindo, papo bom, tudo ótimo pra quem precisa de um recreio na vida.
Eu só não me lembrava da Era pré-filtro solar, em que a camada de ozônio era compacta e, mesmo assim, a gente respeitava o sol. Há três dias visto muito pouca roupa e, mesmo assim, só de suaves malhas fininhas, de algodão. Basicamente, pijaminhas de dormir, nada além. Meu lado esquerdo está moreno. O direito é vermelho-mogno. Dói. Tudo incomoda. Tornei-me uma cenoura bronzeada.
Assim fica difícil eu voltar a me viciar em praia!

2 comentários:

AOS QUARENTA A MIL disse...

Olga, o segredo é não abandoná-lo, qualquer brecha onde ele aparecer fique uma horinha para manter. Posso te garantir que fui uma rata de praia do tipo ficar no "Saara" , como chamávamos o pedaço da areia bem longe da água. Hoje não consigo mais , a sensação térmica é diferente no verão, parece que vou morrer sufocada. Época boa é no "veranito" , nos meses de julho e agosto, o sol queima gostoso.

vai ver a foto dos meus "quatro" lá no blog, bjs querida!

Graça disse...

Olga,

Sinto exatamente como você - ou mudou o verão ou mudei eu. Porque eu era rata, tatuí, siri de praia, na época em que se usava Tan-o-Ton, um óleo gosmento vermelho, que nos fazia parece maças do amor das quermesses ecolares. Hoje não dou mais conta do verãozão, fico , no máximo, umas 2 horinhas na praia e olhe lá !
Beijo !