14.2.11

Grammy 2011

O que é o Grammy? Como uma celebração dos mais aclamados profissionais do show bizz consegue ser tão ... falsa? Nada empolga! É pior do que a entrega do Oscar em chatice. Vale pela bizarrice dos modelitos, claro.
Mas até aí perde do Oscar, que tem como reis da cafonalha, geralmente, os roqueiros - notórios pela deselegância com a exceção do Sting.
De resto, tem música mal interpretada. E perguntas que não querem calar, tais como por que a vetusta Barbra Streisand mostrou que não tem mais voz em "Evergreen"? Por que Kris Kristofferson cada vez mais é um Jeff Bridges mal acabado (ou melhor, por que Jeff Bridges resolveu virar o Kris Kristofferson de hoje em dia)?

Por que Mick Jagger se assemelha cada vez mais ao cruzamento de uma lagartixa saltitante de terno do tempo dos Everly Brothers com uma tartaruga? Por que Mick Jagger decidiu cantar "Everybody Needs Somebody", homenageando (mal) os Blues Brothers?




Mas para mostrar que não só os coroas podem envelhecer mal, sempre tem a nova safra do pop, que já é estranha pela própria natureza forjada dos que almejam os holofotes da midia a qualquer preço, exceto o da qualidade musical - algo que os doidões de outrora já haviam provado que tinham, no tempo em que reinavam nos hit parades.

Teve de tudo. Kate Perry variando de anjo (Eduardo Dusek fez isso aqui num festival da Globo, há pelo menos 25 anos) a pin up de anúncio de pirulito. Ou seja, uma estética desfile da Victoria's Secret.






Como sempre, Lady Gaga tentou ser a detentora do trofeu Bjork de originalidade brega. Mas a competição era pesada. Chegou numa liteira em forma de ovo e usou uma roupa que mescla os figurinos de "Os 300 de Esparta" com "Gladiador" e "Os Três Mosqueteiros". Óculos escuros, claro, a máscara oficial dos blueseiros que não agüentam as luzes por conta dos psicotrópicos, e como complemento que atrapalha a plateia, um chapeuzinho de abas imensas.







O problema da Gaga é que a competição era duríssima. Todo mundo procurava se vestir o mais ridiculamente possível. Parecia uma festa de Haloween (no Carnaval, a gente enverga menos paramentos) de gente feia. Porque tava todo mundo feio. E a Rihanna, que a cada meia hora surgia no palco, fez por merecer seu lugar

Chegou assim, simplesinha, com este vestidinho que eu juro, conheço numa versão semelhante, mas menos insinuante, que vi num show da Elza Soares. O da Elza era todo transparente dos dois lados, só cobria partes na frente e atrás. Enfim, um modelito ... feio?


Para subir ao palco, ela viu esta flamejante criação em passarela, arrebatando-a antes que a Helena Boham-Carter pegasse pra vestir na entrega do Oscar. Porque o vestido é muito interessante - em palco, claro. E segue uma concepção timburtiana de releitura das feiticeiras contemporâneas. (É esquisito, mas eu até gostei. Fica lindo em mulher de dois metros de altura, magrinha. A Rihanna pode).





O que a Rihanna nem qualquer um com o mínimo de bom gosto poderia vestir era este uniforme de super-heroína, desenhado pra que ela parecesse gostosona. Tudo bem, ela é bonita e jovem, atributos que lhe permitem tornar-se cantora, mesmo que a voz e a interpretação de nada ajudem. Será que Rihanna desaparecerá no limbo pop como as divas da disco music (que pelo menos sabiam cantar)?

Mas a competição continuava difícil, com a rapper Nicki Minaj fantasiada de Don King Presta Tributo à África Ancestral, tornando o coleguinha will.i.am um paradigma da sobriedade em vestimenta.

O ápice do contraste entre a Bela e a Fera foi a apresentação de Cee-Loo como um Garibaldo à solta na Marquês de Sapucaí estilizado, entre um monte de marionetes, e Gwyneth Paltrow, interpretando Michelle Pfeiffer em "Susan e os Baker Boys". Cee-Loo tem uma voz fantástica e Gwyneth canta melhor que Rihanna.



A outra aparição da bonitona Sra Coldplay foi no papel de lindinha, amiga da Beyoncé. Ambas com vestidinhos (ou shortinhos) curtinhos ...



... como a J.Lo...



... ou a Eva Langorria.

Aliás, acho que descobri por que tanta atriz de cinema se casa com músico. Só pra sobressair a beleza no meio de tanto milionário maltrapilho. Por isso, a rainha do Botox, Nicole Kidman (que, convenhamos, está bem melhor depois que parou de aplicar as injeções, voltando a ser lindona), faz questão de acompanhar o marido, cantor country, e tirar foto com o Baz Lurhman, fazendo um trio bonitinho.



Um comentário:

Moyses Ferreira disse...

Adoro! E a Aretha Franklin super magra!!!! Usou branco!!!