15.5.13

Tapete Vermelho em Cannes

Juro que eu tento ser uma mulher séria e distante das futilidades do mundo. Juro que eu acho uma bobagem esse mundo de celebridades. Juro que eu tenho o maior respeito pelo Festival de Cannes, onde os artistas vão vestidos com menos pompa do que na entrega do Oscar, neste mundo desglamourizado.

É, mas as editorias "femininas" não descansam e precisam de material. Quem melhor do que os astros hollywoodianos que vão vender seus filminhos em Cannes para envergar jóias e modelitos de haute couture no balneário francês? Instada por minha legião de amigos que gostam de me ver escrevendo bobagens, quem pior do que eu para me assustar com trajes que não fariam feio em concurso de fantasias do Hotel Glória sem registrar as atrocidades que cobrem essa gente bonita, que experimenta as loucuras conceituais de estilistas que não ligam tanto para vestir uma pessoa, mas para expor uma ideia tão aloprada quanto enredo de escola de samba?

Eu ia ficar quietinha. Mas aí dei de cara com Solange Knowles, a irmã de Beyoncé, fantasiada de Tributo ao luto de Ceres, mãe de Perséfone, e não aguentei. Ela é, sem dúvida alguma a campeã em Originalidade Feminina de Cannes. O site de onde tirei as fotos mostra as roupitchas envergadas por modelos e, depois, customizadas pelas estrelas.


Na categoria Boneca de Porcelana, Nicole Kidman vestiu um Dior que, de longe, parece mural de azulejos. Detalhe: o efeito sino fica perdido ao aumentar a bainha da saia. Mas La Kidman continua linda, apesar do botox comprometer, cada vez mais a expressão.



A lembrança de Cleópatra, Nerfetiti e demais rainhas do Nilo jamais falta. Fazendo o gênero coroa boazuda, personagem representado sempre pelas latinas em Hollywood, a americana Cindy Crawford.



Outra forte concorrente no quesito trajes típicos, Sonan Kapoor foi de indiana em filme futurista de George Lucas.



Outro must dessa festas é o vestido que conjuga drapeado e babados no estilo cortinado.  Isla Fischer foi a desenxabida da vez.


Como Scarlett O'Hara de vestido  molhado de chuva, Zhang Yugi. Administrar esse decotão deve ter sido um problema.


Já Zhang Ziyi, que é moderninha, foi com ... isso. É Dior. Mas deve ter sido projetado para quem vai fazer compras em supermercado de interior.  Ou para meninas de 3 a 8 anos de idade.


E Fan Bingbing, conhecida por aparecer nos tapetes vermelhos sempre com estampas que lembram vasos, pássaros, flores, dragões ou dinastias de imperadores chineses, foi de princesa Disney.



Só pra provar que não estou exagerando, olhem como a moça se apresentou em Cannes no ano passado e em outras estreias cinematográficas nos últimos tempos.




A tristeza de Paz Vega se explica por este pavoroso modelo transparente com rede de pescador fechando a saia, com detalhes na parte superior inspirados, provavelmente, em estruturas metálicas para portão de prédio em art déco. Manter a naturalidade vestida nesse desastre é arte de interpretação pura.




A cantora Florence Welch ganhou o troféu Helena Bonham-Carter da noite de gala de Cannes. Indescritível a falta de parâmetro, gosto ou qualquer coisa. Bainha mais comprida, o chemisier poderia ser aproveitado para ser usado em casa, numa tarde de domingo chuvosa. Os sapatos ficam lindos em meninas de 3 a 6 anos.


Julianne Moore também quis usar vestido em forma de sino. Qual é o problema com Dior, ultimamente?




Carey Mulligan de noiva  (o vestido parece ser rosa, mas... ) sem véu, ao lado de Baz Lurhman e Leonardo Di Capprio. 


E, só pra não perdermos outro ângulo, o trigal de Ms Knowles.

2 comentários:

marcia1907 disse...

Tapete vermelho só com Olga como tradutora...rs

Alexandre Santos disse...

O trigal de Knowles parecia tão vistoso na passarela, mas... !!!