Glamour é uma coisa, querer aparecer a qualquer preço, é outra. Mais uma festinha dessas pra promover um monte de marcas e fazer a alegria dos clippings dos assessores de imprensa e dos que emprestam roupas pras celebridades desfilarem exemplifica bem essas diferenças.
Jeremy Scott está à frente da Moschino. Nada mais justo que se vista tão ridiculamente quanto as mulheres bonitas que ele tenta enfeiar. A deselegância cuidada dos roqueiros ganha brilhos de discoteca dos anos 80, arrematados por esse casaco imitando capa da coroação de Napoleão. Tudo tão bem armado que parece o atual crooner do Queen. Só pra aparecer mesmo. Separadas, as peças poderiam ser muito interessantes. Principalmente em filme futurista com roupas de plástico. Isso é só ostentação, não glamour.
Reese Witherspoon, simpática, com um equívoco em forma de vestido. Até numa menina de oito anos essa pala de professorinha de filme de faroeste fica feia. A estampa de papel de parede de casa de velhinha até funciona bem. Gostei da falta de bainha - e imagino como o tecido não vai desfiar. Os sapatos são perfeitos para uma caminhada confortável, deixando o peito do pé sem qualquer segurança.
Essa aí pegou a treliça que instalaram na varandinha do sítio em Pedro do Rio e fotografou para imprimir sobre o tecido metálico, compondo a fantasia "Sítio sideral".
Serena Williams é uma baita tenista. Aparentemente, quer ser extra em filme de terror. Quem a convenceu a vestir essa fantasia de urubu não gosta dela.
Anna Wintour é a poderosa editora que inspirou "O Diabo veste Prada". Tudo o que ela veste é chique, dizem. Incluindo o tecido de estofado de sofá desbotado que virou sobretudo. Por baixo, algo parecendo estamparia chinesa. Essa peruca Lady também já poderia ter sido substituída por um corte de cabelo no Jaça.
E aí aparece Iman, com essas mangas inadmissíveis em qualquer ser humano, exceto nela, que enverga o macacão com um charme acima de todos os demais mortais. Isso é glamour. E pronto!
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