31.3.06

In love with Shakespeare


Estou numa fase totalmente shakespeareana. Tudo começou com uma matéria sobre escritores que se perpetuam no post mortem, que, quando pronta e publicada, figurará aqui nestas arenas. Daí, saí lendo o livro do Jorge Furtado, recriando o "Trabalhos de Amor Perdidos", propus outra pauta, agora sobre Shakespeare direto para um veículo ao qual meu irmão Eduardo Graça me "apresentou", e, naturalmente, acabei indo ver "O Mercador de Veneza", com Jeremy Irons e Al Pacino brilhando. O resto do elenco morre ao lado de ambos, que decidiram fazer o que eu sempre critico nas montagens de Shakespeare - algo que também acontece em novela de época brasileira: deixaram de lado aquela forma empolada e artificial de falar, adotando um tom mais natural. Sem contar que os olhares, esgares, trejeitos, suspiros, sorrisos e a cadência dos gestos e corpos de ambos são magistrais.
Em compensação, o Joseph Fiennes, que já encarnou o Bardo, está um horror, assim como o resto do elenco, todos impetrando solenidade e reverência ao recitar suas falas.

2 comentários:

BelowGrade disse...

Comentei esse filme la no meu Multi. Também me apaixonei pelas atuações dos dois, especialmente a do Pacino (meu idolo de longa data). Shakespeare do jeito que devia ser representado.
O Shylock do Pacino, foi o único que eu vi completamente humano. A maioria das vezes que vi alguem nesse papel, o cara não conseguia fugir da caricatura anti semita. Pintando o personagem como o estereotipico judeu sovina, rancoroso, vingativo, sem coração.
O de Pacino tinha coração até demais. Quando ele soltou aquele bifão sobre como no fundo somos todos mesma carne, sangue e sentimentos, me deu vontade de levantar da cadeira e aplaudir.

Olga de Mello disse...

Maravilhoso mesmo, Cinthia!